Curitiba

Esse é um tema muito especial para mim, por se tratar da cidade onde eu nasci, cresci e decidi viver, na minha idéia para o resto da vida, mas a vida nem sempre segue como a gente quer. É uma cidade maravilhosa com grandes estruturas turísticas, um povo do qual eu gosto muito, não é comunicativo, mas eu não me importo. Temos o Barigui, que eu nem sei qual é a graça, temos shopping aos montes, boa parte do entretenimento nacional passa por aqui.

Ela é uma boa cidade para se viver, se você for rico, após mais de 20 anos sob a administração da elite, Curitiba esqueceu de seus filhos mais humildes.
Enquanto a propaganda para o resto do país diz que aqui o transporte é de primeira, tem segurança, saúde, educação e moradia.
A realidade nos mostra coisa bem diferente, pra começar o transporte publico está com o seu limite esgotado, digo isso por experiência própria. A minha rotina me faz sair as 6h 30 min. de casa, na vila Sta. Rita no Tatuquara, de lá pego um ônibus que já vem lotado, isso por que eu moro a três quadras do ponto final, e vou até o CIC, terminal este que está super lotado e ultrapassado, lá eu pego um Colombo-CIC, cheio de gente, no Capão Raso eu pego o INTER 2 que a uma prova que a física pode ta errada pois dois corpos podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Essa é a minha rotina, e como eu milhares de pessoas têm usar um transporte caro e humilhante, principalmente se for mulher. Quanto a segurança eu deixo aqui uma matéria do Domingo Espetacular do Record como exemplo de Curitiba segura.

Dae o Sr. Prefeito diz que isso é de responsabilidade do Estado, mas o problema da violência aqui não é o fato de ter ou não polícia na rua e sim o de não se ter política publica para as comunidades mais carentes.
A saúde está um caos, para se ter uma idéia eu fiquei doente e fui tentar consulta no posto perto da minha casa, e não tinha consulta, isso por que eu cheguei as 5h 30 min., motivo estava com um único médico. Existe filas intermináveis para exames mais detalhados.
A um déficit quanto a creches em Curitiba muito grande, milhares de mães não tem onde deixar os filhos para irem trabalhar.
Quanto a moradia existe uma COHAB que destina muitas casas para quem ganha entre R$ 1.200,00 a R$ 2.300,00, pelo menos essa era a faixa salarial que pediram para minha mãe no apartamento dela. Essa faixa salarial tira a oportunidade de muitos curitibanos terem acesso ao sonho da casa própria.
Ser pobre em Curitiba significa não tem transporte para ir ao trabalho, ter que atender toque de recolher de traficante, garantia que seu filho NÃO vai ter uma creche para ficar, saúde pública só com o IML, morar em favela e acima de tudo jamais ter a chance de acesso a cultura.